A empatia do treinador que já teve um cão reativo

Foto: Prada e Dior a treinar na praia.
O treino começa em local tranquilo e gradualmente aumentam-se as distracções. 


Foi uma experiência intimidante quando voltei para a cidade depois de vários anos a viver no campo e percebi que uma das minhas cadelas se tinha tornado reativa a cães. Onde vivíamos as pessoas não deixavam os cães interagir com outros cães e passeávamos diariamente na natureza sem ver muitas pessoas ou cães. Isto é normal - quando nós vivemos numa zona pacata também nos sentimos intimidados pelas cidades grandes! A minha cadela geralmente é ansiosa e a mudança para uma cidade cheia de cães e pessoas exigiu muito dela.

Durante o meu estágio do curso de treinadores de cães aprendi muito sobre reatividade. Contudo, tendo experienciado ter uma cadela reativa fez com que criasse muito mais empatia com os clientes que enfrentam o mesmo desafio.
Nos primeiros tempos sempre que saía para treinar a reatividade da minha cadela tentava ser o mais discreta possível porque as pessoas julgam quem tem um “cão mau”. Eu sei que a minha cadela não é má, ela tem apenas medo de todos os estímulos que tem que enfrentar nos passeios. Reatividade é quase sempre uma demonstração de medo!

A reatividade é muito comum em cães e pode ser a folhas das árvores que se movem, a motas, a camiões, sacos de plástico, atletas, crianças...até a sombras!

Os tutores geralmente sentem-se envergonhados quando os seus cães mostram reatividade - ladrar, rosnar, abocanhar o ar - e tendem a castigar os cães.  O que acontece quando se castiga um cão reativo é que ele começa a reagir cada vez pior aos estímulos por associar também à punição que o tutor lhe infligiu. Queremos que o cão se sinta confiante e protegido sempre que o tutor está presente. Assim, a reatividade resolve-se com treino positivo para que tanto o cão se sinta mais relaxado e confiante durante os passeios como o tutor se sinta mais descontraído.

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