Formas humanas de saudação vistas pelos olhos de um cão


Foto: Prada a cumprimentar um antilope embalsamado
 em Monte Pilatus nos Alpes Suíços - 15 de Agosto de 2014

Se fizermos uma pesquisa sobre como os cães devem cumprimentar humanos e outros animais, encontramos vários artigos que reflectem a interpretação humana destes rituais. Contudo, poucos se lembraram de questionar os cães sobre a sua interpretação dos rituais humanos. Kevin Myers decidiu questionar o seu Pastor Australiano de 8 anos, Gavin, sobre a forma de cumprimentar dos humanos.



Kevin: Comecemos pelo aperto de mãos - o que pensas sobre isso?
Gavin: Nós (cães) vemos esse gesto como equiparado ao nosso gesto de cheirar rabiosques. Parece que transmite muita informação - um aperto de mão forte é como uma boa, minuciosa, cheiradela de rabiosque “Olá, este sou eu, estou interessado em ti”; um aperto de mão fraco é como uma cheiradela de rabisque superficial “yeah, estou-te a ver, tenho coisas melhores para fazer”.

Kevin: E o abraço?
Gavin: Para ser sincero, o abraço assusta-nos imenso, somos mesmo incapazes de compreender. Onde fica o respeito pelo espaço individual? Quando invadimos o espaço um do outro como num abraço, das duas uma: um de nós foge ou há uma luta. Alguns de nós toleram abraços de humanos mas a maior parte prefere não ser apertado, a sério. O pior é que esta parece ser a forma preferida dos humanos nos cumprimentarem, acompanhada pela frase “Oh, os cães adoram-me”. Adivinhem só: Não é verdade!

Kevin: Qual a tua opinião sobre beijinhos na cara?
Gavin: Nós sentimos o mesmo que vocês sentem a relação à nossa cheiradela de rabiosques: ficamos envergonhados e faz-nos girar os olhos, sobretudo se forem beijos sonoros. Não quero insistir no assunto mas toda a gente gosta de saber que é interessante e nada o diz melhor do que uma boa e longa cheiradela de rabiosque.

Kevin: Por último, o que achas de gestos complicados feitos com as mãos (dap greeting) e o “dá cá mais cinco” (high five)?
Gavin: É muito interessante para nós observar. Faz-nos lembrar muitos dos nossos movimentos de brincadeira. Tal como nós, há alguns muito complexos e pomposos e outros simples e discretos. É uma daquelas áreas em que o cumprimento tem que corresponder à pessoa, isto, é, observar um homem branco de meia idade com gestos muito complicados é como observar um Basset Hound a apresentar movimentos de brincadeira a um Border Collie.


Nota final:
Nenhum animal foi prejudicado durante a entrevista, à excepção do frango usado como reforço positivo para o Gavin. O Kevin não foi compensado por este artigo mas coçadelas do ego são aceites e bem vindas. Os autores não fazem observações sobre cheiradelas de rabiosque como uma forma humana de cumprimentar e não se responsabilizam por quaisquer danos advindos de tais práticas.


Este artigo é uma tradução (com ligeiras adaptações) feita por Bruna Oliveira, BabusCão. O artigo original em Inglês está publicado no site Dog Star Daily (www.dogstardaily.com), com o título “Stop Kissing and Smell the Roses – Human Greetings Seen through a Dog’s Eye”




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